Não se preocupe: resistir às mudanças é um processo natural! Porém, cuidado! Ao saber disso, não atuar para vencer essa resistência é a atitude problemática, equivocada.
A nossa estrutura cerebral propicia atividades rotineiras, pelo pequeno gasto de energia. Assim, mesmo sabendo que precisamos mudar, muitas vezes ficar em uma zona de conforto não salutar é menos trabalhoso.
Por outro lado, o nosso cérebro também possui condições estruturais que facilitam o processo de mudança: nas sinapses (ligações neurais), não há ligação de tato entre esse tipo de célula.
As “informações” são transmitidas de um para outro por meio de transmissores da base de um para os receptores da base de outro. Assim, essas ligações podem se desfazer.
Os nossos hábitos
Um hábito, grosso modo, vem de uma trilha neural com sinapses bem estabelecidas. Quanto mais usamos esse hábito, mais essa trilha se fortalece, aumentando a “energia” nessas sinapses, dificultando a sua desconfiguração. Dificulta, mas não impede.
Assim, quando recebemos um chamado para uma nova aventura, como visto no artigo anterior, embora até haja vontade, se veja a necessidade, há um comportamento natural de ficarmos na posição em que estamos, mesmo quando percebemos que o fogo está aquecendo, como no caso da parábola do sapo escaldado.
Manter ou seguir em frente
Em Matrix, o Morpheus oferecer ao Anderson (Neo) duas pílulas: a azul, que, ao ser escolhida, faz com que ele fique da mesma forma, na mesma vida, e a vermelha, que leva Neo ao conhecimento mais pleno, à “toca do coelho”, à realidade mais próxima ao que ela é.
O que ocorre é que todas as vezes que escolhemos a pílula vermelha, ou seja, entrar em uma nova jornada, vamos nos transformar. Se fizermos o que tem que ser feito, via de regra, essa transformação será para melhor. O fato é que, para isso, haverá um preço a pagar. Há condições básicas iniciais para essa transformação. Muitas vezes não as temos, nem vemos como consegui-las. Mas, via de regra, alguém que as têm aparece para nos auxiliar nesse caminho (tema para o próximo artigo).
Mudar pelo mudar?
É importante dizer que nem sempre as mudanças se fazem necessárias por si só: o mudar pelo mudar. Mas, há situações em que isso é inevitável e não podemos ficar estáticos naquele ponto já obsoleto em nossas vidas.
Então, a terceira fase das nossas jornadas, dos ciclos em nossas vidas, é a relutância, a resistência ao chamado. Mudar dá trabalho e exige esforço, mas é importante lembrar que o preço vamos pagar de qualquer jeito, seja o do sucesso ou o do fracasso. Como diz Caetano Veloso em Dom de Iludir: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior