Na semana passada tratamos do primeiro problema que as organizações vivem: a falta de clientes. Podemos fazer, também, um paralelo com a carreira: a falta de vagas de emprego. Hoje vamos falar do segundo: a falta de aproveitamento (e isso também vale, para quem opta pela carreira como colaborador).
Esse segundo problema é, basicamente, ter a oportunidade e não conseguir aproveitá-la. Na empresa, por exemplo, é quando a publicidade leva o cliente até ela, mas, por algum motivo, o negócio não se concretiza. O percentual de vendas em relação ao número de orçamentos (ou de entrantes na loja, no caso do comércio) é um desses indicadores. Aqui já deixo a pergunta: quantos empresários medem isso? Se você levantou a mão dizendo “eu!”, você é um entre poucos.
Como colaborador, por exemplo, é quando você está desempregado e sai por aí enviando currículos de qualquer maneira, sem critério e adaptações, e não é chamado. E, se é convocado para a entrevista, não passa dela. Há algo errado em sua preparação, provavelmente.
O outro indicador é o tempo em que você passa em um emprego sem ser demitido. Quanto menor o tempo, em linhas gerais (há outros fatores que podem descaracterizar temporariamente esse problema), menor o seu aproveitamento.
Voltando à empresa, outro indicador é número de vezes, e o valor médio, que o cliente gasta na sua organização. Quanto mais, melhor. Está ligado ao nível de fidelização que ele tem com sua marca (sim!, existe fidelização, já que ela está ligada à intensidade, ao tamanho, ao nível, do relacionamento, e não à eternidade).
Assim, o primeiro problema se relaciona à falta de oportunidades. O segundo, por sua vez, vem da incapacidade, ou da baixa competência, em tirar proveito delas. Nele, a fonte pagadora existe, o interesse idem, mas falta motivação para que isso ocorra com você ou com sua empresa.
É importante salientar que a falta de aproveitamento advém, dentre tantas outras coisas, de algumas “máximas” equivocadas, como: “a primeira impressão é a que fica”. A que fica, em suma, é a última. Quando a primeira é ruim, além de ser a primeira, é também a última. Sempre digo que se a primeira impressão ficasse, os casamentos não acabariam, já que, neste caso, muitas vezes o encantamento vira ódio.
Outro mito é o de que conquistar clientes é mais barato do que mantê-los. Também não é. Manter exige regar, cuidar, respeitar, conhecer, entender. O custo (tangível e intangível) é alto, mas muito necessário. Aí, cabe a cada um levar a vida (e o negócio) como achar melhor.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Me. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior