No artigo anterior falávamos sobre a importância do emissor no processo de comunicação (lembrando os componentes da comunicação: emissor, codificador, meio, decodificador e receptor; feedback e ruído).
Carolina, a da música do Chico Buarque, como receptora, nada vê, nada entende. Tratamos, então, da importância do emissor entender Carolina. Se ele cantou mil versos e ela não entendeu, melhor tentar em prosa. Essa é uma parte do processo de comunicação.
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Por outro lado, nunca podemos tirar a responsabilidade do receptor no processo de comunicação. Cabe a Carolina, também, fazer um esforço para que o emissor seja entendido.
No processo de comunicação humana, o cérebro de quem fala (ou faz gestos, ou qualquer outra forma de se comunicar), materializado no modelo mental daquele ser, é o codificador, aquele que pega o pensamento e transforma em uma linguagem.
O decodificador, por sua vez, é o cérebro (pelo modelo mental) de quem recebe a informação. Seus conhecimentos, crenças, vivências, serão responsáveis pela qualidade do entendimento.
Vale lembrar que todos os cérebros são diferentes (inclusive comparando o da própria pessoa com o dela mesmo, em momentos diferentes). Assim, o sucesso comunicativo está no esforço de ambos os lados.
Ao me comunicar com alguém, preciso procurar entender o seu modelo mental, para que as informações cheguem com o menor ruído possível.
Porém, não posso assumir a total responsabilidade pelo não entendimento, já que o receptor, também, tem que fazer sua parte e procurar entender o meu modelo mental.
Dessa forma, se Carolina não vê, o emissor precisa melhorar seu processo, buscar alternativas.
Mas, importante dizer, há um limite aqui. Carolina, também, precisa assumir a sua parte, sua responsabilidade para que a comunicação, mesmo com seus ruídos, se complete.
O mais importante em um processo comunicativo, é a vontade de estabelecer entendimento.
Quando um dos lados se abstém de suas responsabilidades (só Carolina não viu; ou, pelo lado da Carolina: ele está falando grego), a chance de entendimento fica muito reduzida.
É como se diz em relação aos conflitos: quando um não quer, dois não brigam. Quando um não quer se fazer entender ou, do outro lado, não quer entender, não há comunicação.
Assim como em tudo (quase tudo), a comunicação está baseada no tripé cantado pelos Titãs em Comida: “desejo, necessidade, vontade”.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Coltri Junior é palestrante, administrador de empresas, consultor organizacional e educacional, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. Website: www.coltri.com.br – E-mail: coltri@coltri.com.br – facebook.com/coltrijr.