Por Coltri Jr.

Há algum tempo a pós verdade atingiu até a música. O alvo foi a canção Menina Veneno, do Ritchie e Bernardo Vilhena.

Incrivelmente, mesmo os ouvidos registrando “cor de carne”, a leitura labial indicando a mesma coisa e, ainda, o encarte do disco mostrando o termo na letra, houve quem disseminasse a ideia de que era “cor de carmim”. De uma vez por todas: não é! É cor de carne, mesmo!!

Tempo atrás eu gravei um vídeo explicando o termo (assista abaixo – se quiser, é claro!)

Além de tudo isso, o próprio Ritchie confirmou (como se adiantasse… há muita gente teimosa! e como há!!!): é cor de carne!

Os 40 anos de Menina Veneno

Dentre tudo isso, é muito bom celebrar os 40 anos dessa canção, que muitos esquecem, não foi lançada originalmente no LP Voo de Coração, mas em um compacto (disco pequeno que continha uma ou, raramente, duas canções em cada lado) intitulado Menina Veneno (nesse caso, uma de cada lado: “Menina Veneno” no lado A e “Baby, meu bem” no lado B).

Vamos lembrar a canção?

Podemos dizer que a canção foi a consolidação da chegada do Pop Rock Nacional, em uma mudança brusca na nossa música, iniciada um ano antes com o estouro de Você não soube me amar e Mais uma de amor (geme-geme), ambas da Blitz.

Menina Veneno foi a música, disparadamente, mais tocada em todas as rádios e programas de TV (e havia muitos deles), no ano. E não enjoava ouvi-la.

Depois do compacto, aí sim, vem o LP

Empresarialmente falando, aquele momento foi muito bem cuidado por todo staff da gravadora e do cantor. Antes da música entrar em declínio, aí sim, foi lançado o LP. A música de trabalho (aquela escolhida para tocar nas rádios), outro grande sucesso, foi A vida tem dessas coisas. Mas não parou aí.

O disco foi um sucesso total. E isso não foi à toa. Ritchie e Vilhena eram de vanguarda. Na canção Voo de Coração, a música já fala em holograma e velho computador, coisa que ninguém tinha, ainda. Mais ou menos assim: “no canto da sala, o seu holograma / você parece sorrir / […] / Mas eu só / no apartamento / escrevendo memórias num velho computador”.

Pelo Interfone, Casanova, Parabéns pra você, Preço do Prazer, Menina Veneno, A Carta (The Letter), No olhar e Tudo o que eu quero (Tranquilo) completam a obra.

Mas, voltando à cor de carne, Ritchie (https://acesse.one/ritchie-cor-de-carne) explica: “Marlene Dietrich, em 1959, veio pro Brasil e se hospedou no Copacabana Palace; escreveu cartas lá para os amigos dela e falou assim: ‘ah tô adorando esse hotel!… imagina, os abajures em todo o hotel são Fleischfarbe’ (cor da carne), daí para um abajur cor da carne foi um passo e um mistério; ninguém sabe o que que é; eu não sei o que que é”.

Menina veneno tem outra pegadinha: não é “do princípio ao fim”, mas “ao sim” (Seus olhos verdes no espelho / brilham para mim / seu corpo inteiro é um prazer / do princípio ao sim).

E olha que interessante: o não significa que se deve parar. Sem o sim, que não deve continuar. E isso vale para tudo na vida (inclusive, o meu livro intitulado Como transformar sonhos em objetivos poderia se chamar, tranquilamente, Do princípio ao sim).

Pense nisso, se quiser, é claro!

Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, adm. de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO do Hardcore Game Channel. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior

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