Eu quero, mas eu faço?

Por Coltri Junior

Gosto muito da canção Apenas mais uma de amor, do Lulu Santos.

Ela mostra um eu lírico que tem desejos, mas que, ao mesmo tempo, não quer se envolver, não quer fazer nada para acontecer, muito pelo contrário (eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixa assim ficar subentendido, como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer).

Sempre que lemos, vemos, ouvimos, vale o exercício do pensamento às avessas.

Se ele não quer nada fazer para não correr o risco de acontecer (por vários motivos, como o de se magoar com o relacionamento, por exemplo), nos dá uma ideia de que, para que aquilo que desejamos aconteça, é preciso ação, atitude.

Não à toa, Antônio Cícero e Kiko Zambianchi dizem, em Eu te amo você: “mas tudo é tão difícil, que era mais fácil tentarmos esquecer”.

Mergulhando no que se quer

O grande problema é que não basta um fazer simples. É necessário mergulhar naquilo que queremos.

Um fazer “meia-boca” traz consigo a grande possibilidade de nada acontecer. Aí, foi-se tempo, energia, dinheiro, dentre tantos outros.

O fato é que, para que consigamos atingir nossos desejos, nossas aspirações, é preciso muita dedicação.

Facilidade vem da Repetição (a filha do Cortella)

A Ana Carolina, filha do Professor Mário Sérgio Cortella, fez o prefácio do livro Qual é a tua obra, escrito pelo pai.

Lá, ela conta uma passagem na qual iria fazer sua primeira sustentação oral como profissional.

Foi quando ela disse a ele: “pai, eu queria ter a facilidade que você tem para falar em público, escrever…”

Ele, então, disse a ela: “não se preocupe, quando você falar por mais de 30 anos em público, será como eu”.

A Lei das 10.000 horas

Malcom Gladwell, no livro Outliers, nos traz a Lei das 10.000 horas. Ele mostra estudos com solistas de violino, jogadores de basquete, escritores e até mestres do crime.

Para que se chegue a um nível de excelência em alguma coisa, é necessário em torno de 10.000 horas de dedicação.

Bill Gates, dentre outras experiências, soube de uma universidade que tinha um computador que ficava ocioso na madrugada.

Quando os pais iam dormir, ele saía escondido e ia para lá para trabalhar. Quando fundou a Microsoft, tinha 10.000 horas de computação

Os Beatles tocaram 270 noites em uma boate, em Hamburgo, na Alemanha (embora fosse uma banda inglesa), no início dos anos de 1960.

Muitas vezes tocaram por 8 horas seguidas. Em 1964 a banda já tinha feito mais de 1.200 apresentações. Um pouco depois já tinham as 10.000 horas.

É preciso dar a vida

O fato é que é preciso empenho (promessa a si mesmo), dedicação e repetição inteligente para que possamos ser o que queremos ser.

Certa vez, ouvi, na rádio Nova Brasil FM (SP), uma história que envolvia um famoso pianista brasileiro.

Ele estava fazendo uma apresentação, quando uma mulher chegou ao seu lado e disse: “eu daria a minha vida para tocar como você!”. Ele, então, virou para ela e disse: “pois, é, eu dei a minha!”

E você, o que quer? Vai fazer acontecer, dar sua vida, ou deixar só virar uma ilusão nessa madrugada?

Pense nisso, se quiser, é claro!

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