Educação é negócio?

Educação é negócio?
Será que educação é negócio?

Pode ser ou não, depende de como se “entende” a palavra. De um modo geral, as pessoas veem a palavra negócio de modo equivocado, onde o importante não é o equilíbrio das necessidades (valor x pagamento), mas sim levar vantagem sobre o outro. Aí, obviamente, a resposta é não!

Porém, para que a gente possa combater os maus hábitos de abuso do poder (econômico ou não), precisamos pensar de forma diferente, dentro da que a essência da palavra. Portanto, nesse caso, a resposta é, sim, educação é negócio. Explico.

Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (Cunha, Antônio G., 2010, pg. 448), negócio é comércio, transação, ajuste (do lat. negotiatio). Comércio (pg.164) é permutação, troca, compra e vendas de produtos e valores (do lat. commercium). Transação vem do verbo transigir (pg. 644), que significa chegar a acordo, condescender (do lat. transigere). Ajustar, por sua vez, vem de justo (pg. 376), que significa “conforme a equidade, à razão, reto, apertado, homem virtuoso” (do lat. justus).

Na educação há troca entre saberes, experiências e atenção, entre valores financeiros (salário dos professores e técnico-administrativos nas instituições públicas, além do pagamento de anuidades ou semestralidades, mesmo quando pago mensalmente, nas instituições privadas) etc. Há acordos de conduta e critérios de aproveitamento entre pais, mestres, coordenadores, discentes; de valores salariais entre governo, patrões e colaboradores (professores e técnico-administrativos); e de valores financeiros nas instituições privadas. E o principal: tudo isso tem que ser justo. Acordo não pode ser imposição. Se for, atenção: NÃO É NEGÓCIO! Trocas visam o equilíbrio entre valores recebidos e preço pago (financeiro ou não). Qualquer ferimento a esse princípio descaracteriza negócio.

Assim, qualquer atividade de “espertões” que se acham a última bolacha (ou biscoito) da embalagem, na verdade, é ignorância negocial. Exemplo: na área de publicidade de escolas, usar aluno que já está no segundo ano da faculdade, estampado no outdoor como se tivesse passado agora, é irresponsabilidade. Usar informações do Enem anterior ao ano em questão, sobre nota da redação, idem. Lembrando: nenhum candidato tirou nota máxima no ENEM atual em Mato Grosso, por exemplo, mas escolas usaram peças publicitárias com alunos tirando nota máxima!

Quando os profissionais ligados à gestão usam de maneira matreira as informações para tirar vantagens, desgastam as verdadeiras relações negociais e contribuem para que, cada vez mais, desvirtuemos os conceitos. Assim,  acabamos por entrar num mundo irreal, irracional e ignorante. Pense nisso, se quiser, é claro!

Prof. Coltri Junior é palestrante, consultor organizacional e educacional, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. Website: www.coltri.com.br – E-mail: coltri@coltri.com.br – facebook.com/coltrijunior.

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