Por Coltri Jr.
Nessa época sempre tem a mesma conversa: o ano só começa depois do carnaval. E, enfim, ei-lo que surge todo sorridente.
Enfim, O Ano Só Começa Depois Do Carnaval?
Claro que não! O que ocorre é que nessa fala há um olhar estratificado, restrito, parcial.
A economia se materializa de várias formas: há negócios mais contínuos, com pouca amplitude entre os pontos mais altos e os mais baixos.
Mas há, também, aqueles que são sazonais.
O que ocorre é que muitos desses têm seus pontos mais altos no período de férias dos trabalhadores daqueles mais estáveis.
Aí, o país não para. Parte para, enquanto outra parte trabalha desenfreadamente para dar suporte ao descanso e passeios dos primeiros.
Além disso, no comércio, por exemplo, muda o lugar.
As cidades que vivem do turismo ganham uma força de mercado muito importante, além de todo a cadeia ligada ao setor: viagens, bares, restaurantes, hotéis, passeios, eventos artísticos, dentre tantos outros.
Tem, ainda, aqueles trabalhos de planejamento, como os da educação.
Em meados de janeiro, de um modo geral, os professores voltam às escolas (em todos os graus) e tem um trabalho intenso de preparação, tanto na escola quanto em casa, no planejamento das aulas, até começar de fato o ano letivo para os alunos.
E o Carnaval?
O próprio carnaval, não importando se gostamos ou não, falo aqui só pelo lado da economia, gera um outro mercado muito importante.
De fato, não sei como está hoje, mas antigamente essa fase era muito importante para os músicos, por conta dos bailes de carnaval.
Grande parte da minha família por parte de pai é composta desses profissionais. Era o tempo que eles mais esperavam. Para que há divertimento, há aqueles que trabalham para divertir.
O fato é tão sério que sempre íamos à casa da minha avó nos fins de semana e feriados.
No carnaval evitávamos ir, já que era um período de trabalho intenso e eles precisavam descansar (tocavam as 5 madrugadas e duas matinês, no domingo e na terça à tarde).
Ainda, tem tudo o que envolve as escolas de samba. É uma mega indústria (e que trabalha boa parte do ano para chegar no ponto de agora).
Aí, claro, aquelas cidades que possuem mais negócios de menor amplitude, ou seja, mais estáveis, acabam sentindo mais nesse período.
As outras, ligadas ao turismo e a eventos específicos, ficam esperando seu momento do ano (que, em grande parte, acontece entre meados de dezembro e o carnaval, até por conta das férias escolares dos alunos – que é bem maior do que as dos professores).
O Mundo Não É Só a Economia
Ainda tem a questão de que o mundo não é só a economia. Tanta coisa já aconteceu (e está acontecendo). Até um tio muito querido já perdemos neste ano (e assim, do nada).
Portanto, no fim, é preciso cuidado: o ano já começou faz tempo.
Como diz Beto Guedes e Ronaldo Bastos (em Amor de Índio): “Todo dia é de viver”. Cazuza, por sua vez, também deixou o seu recado: “O tempo não para / não para, não / não para”.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior