Por Coltri Junior
O cantor e compositor Zeca Baleiro tem uma canção intitulada Telegrama. Nela ele fala de uma pessoa que estava triste (tristinha, até), mais sem graça que a top model magrela na passarela, mais solitária que um paulistano, que um canastrão na hora que cai o pano, que um vilão de filme mexicano, mais bobo que banda de rock, que um palhaço do circo Vostok. Enfim, em outras palavras, estava chateado, abatido, aborrecido, jururu, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção.
Porém, ao receber um simples telegrama (lembrando que a música foi lançada no início dos anos de 2000, quando, acreditem, ainda não havia Telegram, WhatsApp, Messenger etc.), seu ânimo (que vem de alma, do latim anima, que significa a essência imaterial do ser humano) muda completamente, em resposta ao que lá estava escrito: “Sinta-se feliz, porque no mundo tem alguém que diz que muito te ama, que tanto te ama”.
A partir desse momento, o personagem, então, passa a acordar com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o Português da padaria.
O que tudo isso quer dizer?
Na verdade, houve uma mudança completa no estado de motivação da pessoa sem que nenhuma ação mais material, efetiva, houvesse acontecido.
Bastou um processo de comunicação, uma fala, por meio de uma pequena mensagem escrita em um papel, para que todo um estado tivesse sido mudado positivamente.
O que nos motiva a agir?
Assim, cabe uma reflexão: o que nos motiva a agir? Qual a importância daquilo que a gente faz ou fala para as pessoas que estão ao nosso redor? O que nos anima?
A grande questão sobre motivação é que não há outra forma de desejar e fazer algo, se não for pelo motivo da própria pessoa. Portanto, recebemos fatores motivadores, que sejam palavras, tanto de nós mesmos, como de outras pessoas.
Nossas palavras também podem ser motivadoras para outros. Por isso, o que fazemos e falamos interfere na vida daqueles que estão próximos a nós (seja em corpo, seja em alma), mas a motivação é interna, é própria, porque parte da essência imaterial de cada um (o ânimo).
Assim, para que tenhamos motivação, precisamos encontrar as palavras certas que toquem nosso coração e ativem a chave interna da vontade.
E essas palavras podem vir de nós mesmos, de quem nos inspira ou até de quem, inadvertidamente, nos fala algo sobre o que precisávamos ouvir naquele momento. O fato é que a motivação é o encontro, o toque, o tato, da palavra com o nosso coração.
Pense nisso, se quiser, é claro.
Prof. Me. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior