Assista ao vídeo ou leia abaixo, na íntegra.

Já há muitos anos, quando ministro a disciplina de Gestão de Pessoas, uso a risada do Muttley, aquele cachorro do Dick Vigarista, após uma série de tópicos da área, daqueles compartilhados como grandes verdades, mas que, no fundo, não passam de meras farsas. É rir para não chorar.

Dick Vigarista e Muttley

É que acontecem coisas do tipo:

  • “O colaborador é nosso maior patrimônio” (que é descartado a cada mínima crise financeira);
  • “Os modelos de gestão aplicados, cada vez mais valorizam as pessoas nas organizações” (em qual mundo? Quero ir para lá);
  • “Vale muito a qualidade de vida no trabalho” (desde que a pessoa não saia da lógica: manda quem pode, obedece quem tem juízo);
  • E, além de tudo, a tal da meritocracia: “estude, invista em você, prepare-se, busque experiência, seja muito bom, traga resultado” (e gere inveja, inclusive dos superiores, além de preparar-se para o chute no traseiro).

No fundo, é como dizia o Cazuza: “as ideias não correspondem aos fatos!” As falas estão corretas, mas, como não vêm alinhadas à prática, são hipócritas.

E a hipocrisia é um perigo, porque ilude. Ela leva a atitudes, por parte dos colaboradores, que cavam sua própria morte dentro da organização.

Um elefante branco na sala

O fato é que está mais do que na hora de falarmos sobre esse elefante branco que está dentro das organizações, que muitos veem, mas ninguém tem coragem de explicitar, de expor, de tratar do assunto. E isso não é de hoje.

Por exemplo, na época da Jovem Guarda, existiam duas grandes forças na música e, também, com sucesso em seus programas de TV: o Roberto Carlos (o rei), e o Ronnie Von, (o príncipe).

Aí, com o sucesso do Ronnie, a TV Record, onde o Roberto apresentava o programa da Jovem Guarda, o contratou, mas o colocou na chamada geladeira. Ronnie, à Cátia Fonseca, relatou que a assessoria do Roberto o detestava e trabalhou incansavelmente contra ele.

Ainda, segundo o cantor, Paulo Machado de Carvalho revelou a ele, pouco antes de falecer, que o contratou para anulá-lo. Como a organização, trabalha contra seu próprio contratado?

Com o Ritchie também

Outro caso: Ritchie, após o estrondoso sucesso de Menina Veneno e do LP Voo de Coração, que vendeu mais do que o “Rei” no ano de 1983, disse que ouviu de vários locutores de rádio que eles estavam recebendo dinheiro da própria gravadora para não tocarem seu novo hit, A Mulher Invisível.

Sobre isso, o inglês diz (veja vídeo acima) que há boatos de que era por conta do Roberto, que era da mesma gravadora, mas que o colega sempre o tratou com muito respeito e carinho. Vale lembrar que Ritchie, em 1983, foi eleito o cantor do ano, vencendo Tim Maia e Roberto Carlos.

De fato, na atualidade não é diferente. Só na Rede Globo, quantos profissionais de excelência foram demitidos? Uma série deles. No fundo, isso acontece diuturnamente nas organizações de todos os tipos. Há uma farsa da meritocracia.

Em suma, na fala, é tudo muito bonito, maravilhoso, mas, na hora do vamos ver, vale o mais barato e de quem o chefe gosta mais. E, grosso modo, dane-se a qualidade e o respeito.

Então, fica a pergunta: Há organizações que privilegiam o mérito? Sim, claro! Mas, não é a regra geral, como se alardeia.

Pense nisso, se quiser, é claro!

Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, adm. de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO do Hardcore Game Channel. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior

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