Por Coltri Jr.

A armadilha do boca a boca

Para falar da armadilha do boca a boca, é preciso compreender outra: a de acreditar que nunca vamos utilizar conhecimentos fora da “nossa” ciência.

A comunicação, ciência social, por exemplo, tem uma forte dependência da matemática.

O boca a boca é totalmente dependente da ideia da progressão geométrica (não perfeita como ela, mas que carrega a sua essência).

Para entender melhor, o boca a boca é uma forma de disseminação, de propagação, de uma viralização, até, quando aplicado à publicidade, de uma marca, de um produto, de um serviço, da qualidade de um profissional.

Boca a boca

Em sendo assim, precisa do comunicador, do disseminador. Este, para indicar, precisa ter testado o produto ou o serviço. Até aqui, tudo bem.

Boca a boca e o fluxo de caixa

Completando o esquema, há, nos negócios, a questão do fluxo de caixa e do retorno do investimento. Assim, quando abrimos uma empresa, teoricamente, não temos clientes.

Portanto, quem nos indicará? Como funciona o boca a boca? Ficamos à espera de que alguém adivinhe que estamos naquele ponto, seja ele físico ou virtual?

Dessa forma, tudo começa na confiança de alguns. Estes, após aprovarem aquilo que ofertamos, vão indicar. Mas, no início, são poucos.

Por isso, o boca a boca estará funcionando, mas não em uma velocidade adequada que permita faturamento que cubra os custos e recupere o investimento.

Para que isso aconteça, é necessário um grande volume de indicações. Então, pressupõe-se uma base grande de clientes. Para se chegar nesse ponto somente via boca a boca, demorará demais.

O boca a boca e a vitória-régia

Como exemplo, imagine uma lagoa com apenas uma vitória-régia. Agora, para efeito de exercício, imagine que ela se duplique a cada dia (dia 1: uma; dia 2: duas; dia 3: quatro; e assim sucessivamente).

Seguindo assim, a superfície da nossa lagoa em questão, ficaria completamente tomada por vitórias-régias em 30 dias.

Dessa forma, em quantos dias a 50% da superfície da lagoa estaria coberta?

Alguns são inclinados a pensar em 15. Outros descartam por acharem o 15 óbvio, mas não conseguem chegar ao número correto: 29 dias.

Ora, se cada uma se duplica uma vez por dia, tendo metade da lagoa tomada, basta um dia para cobrir a outra metade.

A base de clientes e a publicidade

Por isso, para que o boca a boca funcione de modo a trazer resultado efetivo dentro de um intervalo de tempo, o famoso delta T, para que não haja uma asfixia financeira, é necessário que se tenha uma base grande de clientes satisfeitos com a marca.

E, para se chegar nesse estado, utilizar outras formas de publicidade é essencial.

Por isso, principalmente no início, depender do boca a boca é uma armadilha. Se você tem um cliente e ele indica alguém, tem 100% de aproveitamento, mas não resolve nada.

É como diz Humberto Gessinger, em A Conquista do Espelho: “100% de nada, não é nada, é muito pouco”.

Pense nisso, se quiser, é claro!

Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, adm. de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO do Hardcore Game Channel. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior

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